Quais são as escalas trabalhistas mais comuns? Escala 6x1 x Escala 4x3




Existem diversas opções de escalas de trabalho, além do 6x1. Cada modelo é adequado para diferentes tipos de atividades e preferências dos trabalhadores e empregadores. Aqui estão algumas alternativas:

1. Escala 5x2

  • Como funciona: Trabalha-se cinco dias seguidos e descansa dois dias consecutivos (geralmente no fim de semana).
  • Vantagens: Equilíbrio entre trabalho e descanso, geralmente resulta em folgas nos fins de semana.
  • Desvantagens: Pode não ser adequado para operações que exigem funcionamento contínuo.



2. Escala 12x36

  • Como funciona: Trabalha-se 12 horas seguidas e descansa 36 horas.
  • Vantagens: Longos períodos de descanso; adequado para atividades de plantão, como saúde e segurança.
  • Desvantagens: Jornada de trabalho extensa, o que pode ser desgastante em alguns setores.

3. Escala 4x2

  • Como funciona: Trabalha-se quatro dias consecutivos e descansa dois.
  • Vantagens: Folgas frequentes; pode equilibrar melhor trabalho e vida pessoal.
  • Desvantagens: Necessidade de uma equipe maior para cobrir a escala.

4. Escala 3x1 ou 3x2

  • Como funciona: Trabalha-se três dias seguidos e descansa um ou dois dias, dependendo da demanda.
  • Vantagens: Mais descanso em comparação ao 6x1, com flexibilidade para o empregado.
  • Desvantagens: Pode ser difícil para algumas operações que exigem funcionamento contínuo e pessoal constante.

5. Escala 6x2

  • Como funciona: Trabalha-se seis dias e descansa dois.
  • Vantagens: Mais tempo de descanso por semana do que a escala 6x1.
  • Desvantagens: Exige organização para garantir a continuidade da operação.

Escolher a escala ideal depende do tipo de negócio e das necessidades dos trabalhadores. Uma conversa com a equipe pode ajudar a escolher o modelo mais equilibrado para todos.


O Congresso vai acabar com a escala 6x1?

A ideia de Rick Azevedo foi levada adiante pela deputada federal Erika Hilton, que em 1º de maio deste ano propôs uma Proposta de Emenda Constitucional.


A deputada afirma ter coletado 134 assinaturas de parlamentares. No entanto, para tramitar no Congresso, o texto precisa de 171 assinaturas.


A mudança proposta pela PEC não fala especificamente sobre a escala. Ela trata da redução da jornada de trabalho semanal.


Hilton quer mudar o artigo 7º da Constituição Federal, que trata dos direitos dos trabalhadores. Hoje a lei diz que o horário normal de trabalho não deve ser maior que oito horas diárias e 44 horas semanais.


A PEC propõe mudar a jornada de trabalho para 36 horas semanais.


"O momento é o de transformar as garantias conquistadas por determinadas categorias profissionais em direito para todos os trabalhadores brasileiros, especialmente, requerendo o fim da escala 6x1 e adoção da jornada de 4 dias no Brasil", diz o texto da PEC, em sua justificativa.


O texto afirma que a redução da jornada de trabalho deve ser implementada sem redução de salário.


Uma redução de oito horas semanais na jornada de trabalho — de 44 horas para 36 horas — implicaria na adoção de uma escala 4x3 para a maioria das empresas.

O que é a escala 4x3?

O texto cita algumas experiências já feitas com a escala 4x3, como um projeto piloto realizado em setembro do ano passado pelas entidades Reconnect Happiness at Work, 4 Day Week Global e Boston College.

"Cerca de 22 empresas com até 250 colaboradores aderiram à iniciativa, em que os resultados do projeto no país, apresentam projeções importantes para a transição das jornadas de trabalho para o modelo de 4 dias, em que é possível observar menor número de faltas dos empregados e produtividade em alta, em razão da adoção de estratégias de organizações funcionais para o modelo da empresa", defende o texto da deputada.

No site do movimento 4 Day Week Global, os organizadores dizem que o projeto piloto teve dados coletados pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP).

Segundo o movimento, "61,5% dos participantes observaram melhorias na execução de projetos, 44,4% relataram uma capacidade aumentada de cumprir prazos, 82,4% sentiram um aumento de energia para realizar tarefas, e 62,7% experimentaram uma redução no estresse no trabalho".

"Além disso, 85,4% notaram um incremento na colaboração entre colegas, enquanto 65% relataram uma redução na exaustão e 74% observaram uma melhoria na saúde física. Em termos financeiros, 72% das empresas participantes relataram um aumento na receita durante o período do piloto."

Neste mês, o 4 Day Week Global começou outro projeto piloto de seis meses no Reino Unido, em que 17 empresas vão experimentar mudar para o modelo de semana com quatro dias de trabalho.
Quem é contra a redução da jornada?

Alguns parlamentares conservadores — como Nikolas Ferreira (PL/MG) e José Medeiros (PL-MT) — e empresários são contra as mudanças propostas na lei.

A Confederação Nacional do Comércio afirma que não é possível reduzir a jornada de trabalho sem reduzir o salário dos funcionários. A entidade representa mais de 4 milhões de empresas, responsáveis por 23,8 milhões de empregos diretos e formais.

"Embora entendamos e valorizemos as iniciativas que visam promover o bem-estar dos trabalhadores e ajustar o mercado às novas demandas sociais, destacamos que a imposição de uma redução da jornada de trabalho sem a correspondente redução de salários implicará diretamente no aumento dos custos operacionais das empresas", diz uma nota da CNC divulgada na segunda-feira (11/11).

A entidade prevê que a PEC provocaria uma onda de demissões no país e possível aumento de preço para consumidores.

"O impacto econômico direto dessa mudança poderá resultar, para muitas empresas, na necessidade de reduzir o quadro de funcionários para adequar-se ao novo cenário de custos, diminuir os salários de novas contratações, fechar estabelecimento em dias específicos, o que diminui o desempenho do setor e aumenta o risco de repassar o desequilíbrio para o consumidor."

O impacto maior seria sentido pelos setores de comércio e serviços que "exigem uma flexibilidade que pode ser comprometida com a implementação da semana de quatro dias, dificultando o atendimento às demandas dos consumidores e comprometendo a competitividade do setor.